Município notifica cinco casos prováveis em quatro meses, mas LIRAa aponta necessidade de cuidados redobrados com as casas e quintais
Itaúna teve baixo índice de contaminação pela Dengue nos quatro primeiros meses de 2018. A informação consta no último boletim epidemiológico de monitoramento da doença, emitido pelo Estado, em 16 de abril. De janeiro até a data de atualização dos dados, época propícia à proliferação do mosquito transmissor da enfermidade, devido ao calor, aliado à temporada de chuvas, o Município notificou cinco casos prováveis. A incidência no período foi classificada como baixa.
Os números favoráveis confirmam a eficácia das ações executadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, para combater o inseto. O reforço das estratégias e a colaboração da comunidade garantiram o resultado positivo. No entanto, o Levantamento do Índice de Infestação Rápido do Aedes aegypti – LIRAa, realizado entre os dias 09 e 13 de abril, chamou a atenção para a necessidade de cuidados redobrados em relação aos materiais guardados nas casas e quintais e que possam servir como criadouros.
A pesquisa envolveu 21 servidores, entre os quais, 16 Agentes de Combate a Endemias – ACEs. As equipes vistoriaram 1.756 imóveis, em todas as regiões da cidade e, de acordo com o relatório, das 70 amostras analisadas, 35 deram positivo para Aedes aegypti; 23 para Aedes albopictus e 12 para outros insetos como os “pernilongos”. Os bairros com maior número de focos são Morada Nova e Morada Nova II, Cidade Nova, Novo Horizonte, Vila Washington, Residencial São Geraldo, São Geraldo, Cerqueira Lima, Belvedere, Tropical, JK, Vila Nazaré, Chácara do Quitão, Santa Edwiges, Graças e Piedade.
O estudo mostrou também que prevalecem como locais de reprodução do Aedes aegypti os depósitos encontrados nos imóveis. A maioria das larvas estava em vasos, frascos, bebedouros de animais, tanques, calhas, lajes, lixo, pneus, garrafas, plástico, sucatas, tambor, tanque, e poços, dentre outros recipientes domésticos. A gerente de Vigilância em Saúde, Maria Izabel Faria Dâmaso, destaca a importância da colaboração da população, no enfrentamento ao “mosquito da Dengue”, que transmite também Zika vírus, Chikungunya e Febre Amarela, na área urbana. “A comunidade segue como a principal parceira no combate ao inseto. Com dez minutos semanais é possível auxiliar na identificação e eliminação das larvas. Permitir a entrada dos agentes comunitários nos imóveis também é essencial nessa luta”, comenta a gestora.
Mais ação
O relatório apresentado após o LIRAa exigiu ações rápidas. E, novas estratégias foram definidas pela Prefeitura de Itaúna com o objetivo de mobilizar a sociedade a fazer a parte dela na luta contra o Aedes aegypti. “Sabemos que mais de 90% dos focos do mosquito estão dentro das casas, em quintais e varandas. A participação de todos é fundamental para o sucesso das abordagens e, consequentemente, para a manutenção dos índices atuais em que nenhum paciente foi diagnosticado com a doença”, reforçou o secretário municipal de Saúde, Fernando Meira de Faria.
Um mutirão para recolhimento de inservíveis, como pneus, e materiais que acumulam água, como latas, garrafas, vasilhas de plástico e recipientes, vai ajudar a população a destinar de maneira correta esses possíveis criadouros. Em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e o SAAE, equipes da Saúde vão distribuir sacos plásticos para que a população limpe os quintais. Tudo será recolhido em data já determinada.
A ação será entre os dias 07 e 11 de maio, concentrada nos bairros onde a infestação do mosquito transmissor da dengue foi considerada de “risco médio”: Morada Nova e Morada Nova II, Cidade Nova, Novo Horizonte, Vila Washington, Residencial São Geraldo, São Geraldo, Cerqueira Lima, Belvedere, Tropical, JK, Vila Nazaré, Chácara do Quitão, Santa Edwiges, Graças e Piedade.
Números elevados no passado
A preocupação da Secretaria de Saúde, com as campanhas educativas e reforço das estratégias para a eliminação dos focos do mosquito transmissor da Dengue, visa evitar um novo surto da doença em Itaúna, como no primeiro quadrimestre de 2016, quando o Município recebeu alerta para uma situação de epidemia. Na época, conforme o Sistema de Notificação de Agravos, ferramenta do Ministério da Saúde para monitoramento da enfermidade, entre janeiro e dezembro, houve 3.610 notificações. A grande quantidade de ocorrências também fez vítimas. Até dezembro de 2016, foram registradas na cidade sete mortes em decorrência da Dengue.